quarta-feira, 25 de março de 2015

Angelique Kidjo faz duas apresentações no SESC Vila Mariana

A cantora beninense é radicada em Paris e atualmente vive em Nova York. Em 2008, ganhou o Grammy Awards de "Melhor Álbum de World Music", com o disco Djin Djin e este ano também levou o mesmo prêmio com seu último álbum, Eve.

É mundialmente conhecida por sua diversidade musical, interpretando canções em fon (língua falada no Benim e em outras regiões da África Ocidental), yorubá, francês e inglês. Seu álbum Eve, apresenta uma imersão musical em sua África natal, cujo título remete não só à Eva bíblica como ao nome do meio de sua mãe, que participa de uma das faixas do disco.

Angelique também é Embaixadora da Boa Vontade pela UNICEF, atuando especialmente no combate à epidemia da Aids, pobreza, fome e conflitos de guerra, além de ter criado a Fundação Batonga, que angaria fundos para a educação de meninas na África.

Serviço
Angelique Kidjo 12
SESC Vila Mariana
Quarta e quinta-feira, 24 e 25/03/15 - 21 horas
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana, melhor acesso pelo metrô Ana Rosa.
Ingressos:  R$ 15,00 - R$ 25,00 - R$ 50,00

segunda-feira, 16 de março de 2015

Basta e Vidas de Carolina abrem nosso encontro mensal com o cinema africano 2015



CONVITE
Venha ao nosso encontro mensal com o cinema africano.
21/03/2015 - sábado - 19 horas - Cineclube Afro Sembene, Fórum África e Cojira convidam

Sessão Especial
Dia Internacional da Mulher/Dia Internacional Pela Eliminação da Discriminação Racial
Basta (Barakat), Djamila Sahraoui, Argélia e Vidas de Carolina, Jéssica Queiroz, Brasil.
Roda de conversa após exibição. Tema: Violências, Resistências, Superações.


PUC CAMPUS CONSOLAÇÃO
Rua Marquês de Paranaguá, 111, sala 20
Travessa Rua da Consolação, próximo ao Mackenzie, entre metrô República e Paulista
Informações: www.cineclubeafrosembene.blogspot.com.br - cineafrosembene@gmail.com

ENTRADA FRANCA. Porém pede-se a voluntária colaboração de 2 kilos de alimento não perecível. Ou roupas, calçados, cadernos, livros, revistas, material de higiene e limpeza. Serão doados ao Arsenal Esperança/Missão Paz, que acolhe diariamente centenas de estrangeiros, inclusive africanos.

Realização: Fórum África
Parceria: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo/Cojira
Apoio: Cabeças Falantes.

"Desespero" e "Mulher" - Duas cronicas de Antonio Matabele direto de Moçambique


Desespero
      SOCORRO! A nível planetário vivemos, perigosamente, em clima de falta de esperança global. Porque não vislumbra o futuro, o Homem deixou de acreditar em si próprio! É mau! É perigoso! É destrutivo!

Ante problemas materiais ontem fúteis, mas hoje emancipados ao escalão de hecatombes sociais, o Homem dito civilizado, na maioria das vezes urbanizado, vive em crescente e permanente estado de desespero e angústia doentia.

Com, talvez, algum sentido de oportunismo, explorando este estado de sem esperança dominante no seio de algum extracto populacional, deserdado de património e sem rendimento regular suficiente, os credos religiosos proliferam em vã tentativa de trazer a tranquilidade material e espiritual, momentaneamente, perdida pelas pessoas.

Digo “momentaneamente” porque tenho fé em Deus, que insuflará mais ânimo neste Povo lutador, no Estado, que terá que ser mais interventor na definição de políticas para a economia andar mais depressa e segura e nas palavras, penso que do experiente, Louis Larose, Representante do Banco Mundial, para África recentemente proferidas em Maputo, segundo o qual esta “crise é passageira e dias melhores virão” e que adicionalmente temos que “investir no capital humano, porque sem ele não importa a perfeição dos planos estratégicos” (in, O PAÍS ECONÓMICO, dia 06/03/15, páginas 4 e 5)

O desemprego, fonte provedora, por excelência, de algum conforto moral ao Homem que se esvai em desespero, grassa, de modo galopante, em vários cantos do mundo, incluindo, também, na economia de Moçambique. Os moçambicanos continuam sendo oprimidos pelo desemprego!

O pai não sabe se chegando ao seu precário local de trabalho não será tristemente “agraciado” com uma carta anunciado a cessação do seu vinculo laboral ao abrigo de uma determinada alínea da Lei do Trabalho em vigor.

E como já lá vão os belos tempos em que ainda havia legislação laboral protegendo proporcionalmente empregados e patrões, o coitadinho do Homem, situado do lado mais fraco da balança, vive em eterno desespero e incertezas sobre o devir.

Por este estado permanente de desespero paga toda a sociedade, com especial ênfase os filhos, a esposa, os colegas, os amigos, os transeuntes na via pública, etc. Enfim, pagam todos menos o, talvez, verdadeiro culpado: o sistema dito civilizado que mal distribui pela maioria das pessoas as riquezas disponíveis no Planeta Terra. O tal sistema do livre curso da mão invisível apenas vista pelo selvático capitalismo em avançado estado de morte dialéctica.

Não sei qual dos lados em desespero é o mais perigoso? Se o dos trabalhadores? Se o dos donos do grande capital? E porque é difícil estarmos equidistantes do fenómeno, não há quem esteja isento desta verdadeira praga social.

Acreditemos, como sempre o fizemos, que o remédio para este desespero está, mais uma vez, na mesma vontade popular que libertou Moçambique das garras do colonialismo, porque “não basta muita oração e pouca acção”, tal como nos ensina Gabriel o Pensador, cantor do Brasil. 

Maputo, da margem do Rio Pitamacanha, 11 de Março de 2015.
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Mulher

A Mulher é o ser mais completo e complexo que habita a Terra. Nesta sua inescrutável complexidade se esconde a sua inesgotável riqueza. Mulher, esta “coisa” meiga, boa e bela que Deus nos deu! Se mais génio tivesse, outra actividade não teria senão cantar, eternamente, as suas inúmeras qualidades...

Falar da evidente importância da Mulher é tão delicado porque arriscamo-nos a não enfatizar o seu verdadeiro valor. Quanto mais cantamos as qualidades deste tronco da nossa sociedade chamado Mulher, constatamos que deixamos, sempre, o principal de fora.

A Mulher, berço da humanidade, é a guardiã que garante a continuidade da espécie humana na Terra.

Esta humanidade que, à medida que se vai socializando no meio deste cada vez mais incessante progresso tecnológico, precisa de ter melhor alimentação tangível e daquela outra não acessível ao nosso tacto, mas importante complemento espiritual à nossa condição de Homens.

Desde a complicada fase da concepção, gestação, parto e aleitamento, o Homem está inelutavelmente dependente dos cuidados que só a Mulher pode, sabe e deve dar biológica, moral e socialmente.

A mulher cuida do Homem desde a fase embrionária da sua vida, em seu útero, garantindo a sua evolução e após o nascimento, a mãe redobra-se em atenções para que o seu filho se desenvolva.

Desde o período do aleitamento materno até que a criança comece a comer sózinha, esta Mulher mãe não sossega de controlar o que ela ingere. Os cuidados maternos ficam redobrados quando a nova criatura começa a gatinhar expondo-se a múltiplos perigos existente dentro e fora de casa.

Desde que não haja uma situação anormal de escassez de alimentos na sociedade, com seu conhecimento empírico e instintivo, a mulher sabe o que deve dar ao seu filho para que este cresça saudável.

A Mulher tem a ingrata, mas nobre, tarefa de zelar para que o seu filho, co-criado, com a participação do seu pai, se torne adulto dotado de excelentes qualidades morais e profissionais.

No dia Oito de Março, anualmente, o mundo celebra este ente inteligente, esperto, astuto, misterioso, sem igual, lindo que é a Mulher. A Mulher é exaltada neste seu dia internacional não somente porque ela, heroicamente, fez na data que é celebrada em todo o mundo, mas sim porque mesmo antes e depois daquele feito corajoso, ela é o elemento mais fundamental da nossa sociedade.

Assiste-se, infelizmente, ao nível planetário uma crescente degradação de valores entre os Homens, em que a fraternidade, a solidariedade, a honradez, o amor pelo próximo e o respeito entre pessoas vai, progressivamente, desaparecendo e em seu lugar surgem comportamentos indignos na família humana.

Jamais culparia à Mulher por este deserto de valores na nossa sociedade, mas por ela ser obrigada a deixar de cuidar da educação caseira da sua criança, esta cresce sem referências morais de excelência e então, sucedem-se os desastres comportamentais sociais no adulto que nos repugnam.

Em nome da bem-vinda emancipação da Mulher esta já trabalha, com muita competência, fora de casa, mas deixa nesta um vazio de consequências incomensuráveis em que o seu filho, o Homem de amanhã é educado apenas pela escola convencional e pela sociedade, faltando-lhe este sal que somente a mãe sabe dosear ao longo do seu processo de formação como Pessoa.

Sem prejudicar o necessário processo de emancipação da Mulher, estudemos, colectivamente, formas de a enriquecermos sem estragar o Homem de amanhã, escondido na criança de hoje, que já não é ensinada, principalmente, pela mãe, que tem que ir para o mercado também trabalhar. Com isto não se pretende afirmar que “a tarefa da educação caseira deve ficar apenas nas mãos da mulher. Tem que haver partilha e sintonia de responsabilidades de ambos os progenitores para que o processo de emancipação da mulher não seja ainda mais complexo e complicado na nossa realidade, onde impera e emperra muito o machismo. Há, com efeito, muita coisa que podemos e devemos fazer como pais (homens) na educação caseira dos nossos filhos que se ficar nos ombros da mulher sozinha, não teremos a educação que almejamos para os nossos filhos. Nós homens não podemos dar de mamar, mas tudo o resto que exige na criação de uma criança, podemos. Podemos dar biberon, maudar fraldas, dar banho, brincar com as crianças, levá-las à creche/escola, tomar conta delas quando não está com a saúde a 100%, etc” (in, JL, 09/03/15).
E bem haja a Mulher emancipada, que ajuda o Homem a perceber que a sociedade é feita por ambos igualmente importantes.  

Maputo, N’siripwiti, 13 de Março de 2015.

domingo, 8 de março de 2015

“Timbuktu”: um filme imperdível de uma das grandes vozes do cinema Africano

“Timbuktu” do realizador mauritano Abderrahmane Sissako. O filme baseia-se em acontecimentos reais e é uma história apaixonante e muito bem filmada. A longa-metragem nomeada para o Óscar de melhor filme estrangeiro retrata a invasão de Timbuktu pelos islamitas radicais que pretendem impor a xária.

O argumento gira em torno de um pastor tuaregue que vive tranquilamente com a família no deserto. No início, ele escapa aos islamitas, mas a situação muda após uma briga mortal com um pescador.
Grande contador de histórias, Sissako recusa o cliché do bem contra o mal. O realizador prefere centrar-se nas personagens e nas contradições próprias do ser humano. Uma forma de mostrar a hipocrisia daqueles que querem impor a xária.

Numa das cenas, um imã moderado pede de forma calma e firme a um grupo de homens armados para abandonarem a mesquita. Ao receber ordens para usar luvas em público, uma vendedora de peixe pede para lhe cortarem as mãos.

Apesar da tragédia que se desenrola na cidade, com pessoas a serem chicoteadas e apedrejadas, o filme também nos faz sorrir. O momento mais mágico é quando os rapazes jogam futebol com uma bola invisível mesmo apesar do jogo ter sido proibido.

“Timbuktu” é um filme imperdível realizado por uma das grandes vozes do cinema Africano.

Fonte:  Euronews

África do Sul e o fotoativismo gay de Zanele Muholi


Fotógrafos excelentes não faltam na África do Sul: David Goldblatt, Santu Mofokeng, ZwelethuMthetwa – todos renomados internacionalmente e com trabalhos que valem a pena uma ou várias espiadas. Mas entre todos, um nome se destaca. Zanele Muholi com sua obra ultrapassa as fronteiras da arte e abraça uma luta social: “Não sou fotógrafa, sou ativista visual”.

Ainda jovem começou a se dedicar a uma vida de proeminente ativismo no empoderamento de mulheres negras lésbicas no país, que apesar de conter uma das legislações mais gay-friendlys do mundo, tendo sido o quinto a legalizar o casamento homossexual, ainda está juntando esforços para levar as leis até a realidade da população, que reprime, sobre tudo, o lesbianismo entre as mulheres negras. Zanele está encabeçando o movimento.

Para ela, o ativismo visual é um lugar de resistência para as mulheres marginalizadas e pode ser utilizado socialmente, economicamente e culturalmente para a construção de um novo olhar, abrindo espaço para diálogos e desafiando o silencio da sociedade. “Eu trabalhei duro para criar imagens positivas e socialmente significativas de lésbicas negras. E assim temos feito um movimento significativo em direção à nossa visibilidade. Tem sido minha principal missão garantir que aqueles que vêm depois de nós terão outros olhos para enxergar”, explica Zanele.

Entre os seus trabalhos, Faces e Fases (fotos da ilustração) é um dos mais consagrados, são retratos de uma privilegiada e íntima perspectiva das lésbicas negras que a artista conheceu durante suas pesquisas enquanto ativista. Trata-se de um mapeamento que objetiva preservar uma comunidade ainda invisível para a posteridade. Nas palavras da premiada idealizadora: “Faces e Fases é sobre nossas histórias e as lutas que enfrentamos. Se Faces expressa a pessoa, Fases significa a transição de um estágio da sexualidade ou gênero de expressão e experiência para outro”. A artista, que já fotografou 250 retratos, pretende dar continuidade a série e alcançar o número 500 até 2013.

“Without a visual identity we have no community, no support network, no movement. Making ourselves visible is a continual process” (Sem uma identidade visual nós não temos nenhuma comunidade, nenhuma rede de apoio, nenhum movimento. Fazer-se visível é um processo contínuo). Joan E. Brien (1983) – Citação dos escritos de Zanele.

Conheça mais sobre o trabalho da artista:
Stevenson
Zanelemuholi

Blacklooks

Fonte: Afreaka
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Pesquisa e postagem por Oubí Inaê Kibuko para Fórum África e Cineclube Afro Sembene.

sábado, 7 de março de 2015

Curso Produção Intelectual das Mulheres Negras 3ª Edição na Assembléia Legislativa

 Projeto contemplado pelo Prêmio Lélia Gonzalez, curso destaca a atuação de referências femininas negras em diferentes momentos da história brasileira. Inscrições vão até o dia 28 de fevereiro, pelo site http://www.amoead.com.br
Abertas as inscrições para o curso gratuito “Trajetórias das Mulheres Negras no Brasil”

Estão abertas as inscrições para o curso "Produção Intelectual de Mulheres Negras – Trajetórias das Mulheres Negras no Brasil", organizado pela Associação Mulheres de Odun (AMO). Realizado no âmbito das ações do Prêmio Lélia Gonzalez, o curso trata das produções de mulheres negras em vários períodos da história brasileira, relacionando com a trajetória geral das mulheres no Brasil. As inscrições vão até o dia 28 de fevereiro e podem ser feitas pelo site www.amoead.com.br . O curso tem início no dia 9 de março e será realizado na modalidade à distância, gratuitamente.

O projeto da AMO foi um dos contemplados pelo Prêmio Lélia Gonzalez, no âmbito estadual da premiação. Realizado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR) e pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), o concurso distribuiu R$ 2 milhões a projetos que envolvem mídias; campanhas; eventos (cursos, seminários, oficinas, encontros ou similares); produção de publicações, registro e memória, distribuídos em três eixos prioritários: Protagonismo da Organização; Enfrentamento ao Racismo e ao Sexismo Institucional e; Cultura e Comunicação para a Igualdade. No total, foram premiadas 13 instituições que atuam em âmbitos nacional, estadual e municipal, sediadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Amapá.

Lélia Gonzalez - (1935-1994), foi antropóloga e ativista e é referência dos movimentos negros e de mulheres. Seu legado é fonte permanente de inspiração para diversas ações de enfrentamento ao racismo e ao sexismo, bem como para iniciativas que visam ampliar a participação política das mulheres, especialmente das mulheres negras.
 
Serviço
Quando: Dia 9 de março/2015 - 10 horas
Onde: Auditório Teotônio Vilella da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo/SP.
Ingresso: Aberto ao público geral - Lotação presencial (100 pessoas) - chegar 30 minutos antes
Transmissão Online no site: http://www.amoead.com.br/
Também será possível fazer perguntas pelo chat da plataforma.
Não percam!
Clique aqui e saiba mais.
 

Pesquisa e postagem

quinta-feira, 5 de março de 2015

O Menosprezo Ocidental retrata em livro a escravidão sob o ponto de vista da população negra



Os autores africanos Dadiarra Sheik Modibo e Moustapha B. Ndiaye lançam a obra “O menosprezo ocidental: Lágrimas de Sangue – Contos e contas da escravidão” na próxima quinta-feira (5), a partir das 19 horas, na Faculdade Santa Marcelina – FASM

Obra relata o olhar do povo africano sobre seu próprio subjulgo e aponta a banalização da conjuntura socioeconômica dos países do continente por parte do resto do mundo

No próximo dia 5, a partir das 19 horas, os escritores africanos Dadiarra Sheik Modibo e Moustapha B. Ndiaye lançam o livro “O menosprezo ocidental: Lágrimas de Sangue – Contos e contas da escravidão” (Ed. CMM, 416 págs, R$ 41,25, com versão e-book), na Faculdade Santa Marcelina – FASM, em São Paulo.

Os autores receberam apoio da instituição, em parceria com a Prefeitura de São Paulo e a Small World, para trazer a obra ao Brasil. A organizadora do evento e coordenadora do curso de Relações Internacionais da FASM, Rita do Val, afirma: “a forma como o assunto é abordado comove e impressiona pela riqueza cultural”.

Nascidos na República do Senegal e em Mali, respectivamente, os autores são intelectuais e líderes religiosos, que trabalham pela preservação do patrimônio cultural do continente, a promoção do diálogo interreligioso, dos direitos humanos e da paz mundial. Além disso, Modibo foi responsável pela fundação da Comunidade Madinatu Munawara – CMM, uma associação caritativa.

“O trabalho desenvolvido por Modibo e Ndiaye é um dos poucos relatos sobre a escravidão, do ponto de vista de quem sofreu com isso. O que se ensina nas escolas é a versão ocidental da ocupação do continente africano”, explica a docente. “A obra trata muito da banalização da conjuntura socioeconômica destes países por parte do resto do mundo”.

Para mostrar a atualidade do tema, a internacionalista faz referência aos acontecimentos recentes no carnaval. “Ndiaye e Modibo têm tanta razão no que falam, quando dizem que o ocidente menospreza a realidade africana, que pudemos ver um exemplo disso no carnaval”, afirma. “Vimos ser campeã, no Rio de Janeiro, uma homenagem a um governo ditatorial, financiada por ele mesmo”, pontua.

Modibo é um príncipe africano descendente de escravos. Na obra, traz para o público latino-americano o que foi e como se deu a escravidão na África pré-colonial. “O ato inicial do comércio de escravos, no mínimo bárbaro, tornou-se um ato fundador de civilização”, escreve em relação a esse longo movimento histórico-social.

O livro apresenta figuras emblemáticas africanas e da diáspora que fizeram história, mas que são pouco ou quase desconhecidos; uma declaração de direitos humanos proposta pela África, que traz avanços em relação à que vigora atualmente; e uma série de discursos de chefes de Estados franceses e africanos.

Em uma análise da atualidade política africana, os autores fazem a amarração de todos esses temas, o que possibilita a compreensão ainda mais profunda daquilo que é a África de hoje e das características que permeiam a relação da população do continente com o resto do mundo.

SERVIÇO
O quê? Lançamento do livro “O menosprezo ocidental: Lágrimas de Sangue – Contos e contas da escravidão”, de Dadiarra Sheik Modibo e Moustapha B. Ndiaye
Quando? 05 de março (quinta-feira)
Onde? Na Faculdade Santa Marcelina – FASM, Rua Dr. Emílio Ribas, 86, Perdizes
Que horas? A partir das 19 horas
Valor do livro: R$ 41,25

Faculdade Santa Marcelina
Assessoria de Imprensa: Ricardo Viveiros & Associados
Oficina de Comunicação www.viveiros.com.br
Atendimento: Luísa Marchiori
E-mail: luisa.marchiori@viveiros.com.br
Gerente de Conta: Ana Claudia Bellintane
E-mail: ana.claudia@viveiros.com.br
Tel: (11) 3675-5444

Fonte: Maxpressnet

Pesquisa, foto e postagem por Oubí Inaê Kibuko para Cineclube Afro Sembene, Fórum África e Cabeças Falantes.